Publicação:07/06/2011 as 07h38
Bruno Soares
Com informações do site O Popular
Amigos, apoiadores políticos e servidores da prefeitura prepararam faixas e uma recepção calorosa ao prefeito. A festa teria se estendido até mais tarde e não houve expediente normal na administração da cidade ontem.
A reportagem apurou que, inclusive, escolas municipais não funcionaram. "Alunos chegaram e se depararam com portas fechadas. Avisaram em cima da hora", disse uma moradora, por telefone. "De certo porque ele voltou", tentou explicar.
O vereador Amilton José de Oliveira (PMDB) confirmou o ponto facultativo no Executivo. "Ele foi surpreendido por uma multidão em festa". A volta de Nenzão teria levado alívio a moradores, que desde a prisão duvidavam de seu retorno.
"Achavam que ele sairia da prefeitura, que não teria mais mandato. E com isso tudo parou, ficamos praticamente 15 dias sem prefeito", contou o vereador.
Ocorre que, do dia 14 de maio - quando foi decretada a prisão - até o último dia 1º de junho - quando ele efetivamente foi preso -, Nenzão não apareceu na prefeitura. E por isso foi considerado foragido da Justiça nesse período.
O vice prefeito, Avelino da Costa Moreira Filho (PTB), que responde pelo Executivo temporariamente, negou que tenha havido ponto facultativo e disse que não houve decreto com esse fim.
"Festa não, o que houve foi uma manifestação popular", retrucou Avelino, que afirmou não saber onde o prefeito esteve nos quinze dias anteriores à prisão. Apesar da ausência de Nenzão, garantiu, a prefeitura não parou ou atrasou qualquer pagamento aos servidores.
Cardíaco
Na segunda quinzena do mês passado, Nenzão pediu e a Câmara Municipal de Campinaçu concedeu uma licença de 60 dias da Prefeitura. Ele sofre problemas cardíacos e alegou problemas de saúde para poder se afastar. Mas acabou se apresentando espontaneamente à PF.
O prefeito inclusive passou mal na noite da última quinta-feira, logo após prestar depoimento. Tomou medicamento de rotina, melhorou, mas logo depois se sentiu mal novamente e teve que ser levado às pressas por policiais ao Hospital Lúcio Rebelo, onde ficou internado na UTI até domingo.
Na condição de preso, esteve todo o tempo acompanhado de agentes federais. Ele teria se submetido a um cateterismo. Assim que saiu do hospital foi direto a Campinaçu, a 430 quilômetros de Goiânia.
Delegado da PF, Rodrigo de Lucca não revelou o teor do depoimento do prefeito porque as investigações correm sob sigilo. Outros quatro prefeitos supostamente envolvidos no esquema de fraude à Receita foram ouvidos na semana passada. Nenzão não atendeu às ligações da reportagem ontem.
Por: Macloys Aquino
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