GOIÁS: Assassino esperou 40 minutos para matar o radialista

GOIÁS: Assassino esperou 40 minutos para matar o radialista

Autor de disparos que matou Valério Luiz de Oliveira aguardou cronista sair do trabalho. Radialista deixa mulher e três filhos

06/07/2012 às 08h29

Do Jornal O Hoje

Quarenta minutos. Esse foi o tempo que o autor dos seis disparos que mataram o radialista Valério Luiz de Oliveira, 49, esperou para tirar a vida do cronista esportivo, na tarde de ontem. Neste período, o assassino andou de um lado para o outro, fumou um cigarro, até que a vítima saiu da Rádio 820, situada no Setor Serrinha, onde era comentarista em um programa de esportes. A informação é baseada em filmagens da câmera de segurança da rádio, confirmada por pessoas que estavam dentro da empresa de comunicação na quinta-feira, à espera de respostas sobre o crime que abalou o cenário do jornalismo em Goiânia.

O carro do radialista, um Ford K preto, estava estacionado em frente à emissora de rádio. Quando saía da Rua Teixeira de Freitas, já dentro do automóvel, Valério foi abordado por um homem, em uma moto, que atirou uma vez. Mesmo atingida, a vítima continuou dirigindo pela Rua T-38, até que o assassino voltou e disparou mais cinco tiros, acertando a região do tórax, de acordo com informações da Polícia Civil de Goiás. Até a tarde de ontem, duas testemunhas haviam sido ouvidas pela delegada titular da Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH), Adriana Ribeiro, quem conduz o caso.

O pai de Valério e também cronista esportivo, Mané de Oliveira, chegou no local do crime inconsolável. Aos prantos, ele gritava que sabe quem matou o filho. “Foi aquele miserável, foi aquele infeliz. Por que ele está fazendo isso comigo?”, indagava. A mulher do comentarista, Lorena Nascimento, com quem a vítima teve três filhos, também chorava muito. Durante toda a tarde, a família se manteve reunida dentro da Rádio 820, juntamente com amigos e colegas de trabalho. No fim da tarde de ontem, a irmã de Mané, Maria Salomé, foi até a cena do crime e saiu do local desolada. “Ninguém mata bandido”, dizia aos gritos. Amigos próximos comentam que a vítima já vinha sendo ameaçada.

Polêmico
O radialista era conhecido por fazer comentários polêmicos sobre os times goianos. Os amigos mais próximos e colegas de profissão garantem que ele era autêntico, mas que nem tudo que falava agradava. O diretor de jornalismo da Rádio 820, Cassim Zaiden, garante que o companheiro de trabalho tinha opiniões contundentes, mas que ele não era o único. Ele lembra que, fora dos microfones, Valério era uma pessoa alegre, brincalhona e amiga. “Muitos ouvintes já ligaram pra cá para manifestar o carinho que tinham por ele”, comenta. Sobre uma possível retaliação de times, ele é pontual. “Se for isso mesmo, poderiam dar uma resposta dentro de campo, não com balas”.

O repórter da emissora de rádio, Fred Silveira, foi quem esteve com Valério pela última vez antes do colega ser morto. Ele conta que os dois saíram juntos depois do turno de trabalho. Fred recorda que entrou em seu carro e foi embora, enquanto o amigo atravessava a rua para entrar no seu veículo, momentos antes de o crime acontecer. “Sou acostumado a fazer coberturas jornalísticas desse tipo, mas nunca imaginei que estaria vivenciando essa situação na porta do meu local de trabalho”, lamenta.

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