No dia 17 de setembro, devem ir a júri mais três réus.
Após quatro dias, o primeiro julgamento da "Chacina de Unaí" terminou na noite desta sexta-feira (30) com os três réus condenados. Rogério Alan Rocha Rios pegou 94 anos de prisão; Erinaldo de Vasconcelos Silva, 76 anos e 20 dias; e William Gomes de Miranda, 56 anos. Inicialmente, o trio, que já estava preso, vai cumprir pena em regime fechado.
A juíza da 9ª Vara, Raquel Vasconcelos Alves de Lima, presidiu o júri, que foi realizado na Justiça Federal, em Belo Horizonte. O conselho de sentença foi formado por cinco mulheres e dois homens.
Os irmãos Antério e Norberto Mânica, fazendeiros na região de Unaí (MG), foram acusados de ser os mandantes das mortes dos auditores fiscais Nélson José da Silva, João Batista Soares Lage e Eratóstenes de Almeida Gonsalves, e do motorista do Ministério do Trabalho Aílton Pereira de Oliveira, em janeiro de 2004. Os servidores investigavam uma denúncia de trabalho escravo quando foram assassinados em uma emboscada.
Um dos acusados, Francisco Elder Pinheiro, que teria contratado os matadores, morreu no dia 7 de janeiro. Com isso, o processo passou a ter oito réus. No dia 17 de setembro, devem ir a júri os acusados de ser mandante e intermediários, respectivamente: Norberto Mânica, Hugo Alves Pimenta e José Alberto de Carvalho. O julgamento de Antério Mânica ainda não tem data marcada.
O julgamento
Entre as passagens mais marcantes nestes quatro dias de julgamento é possível destacar a confissão de Erinaldo, que afirmou ter matado três das quatro vítimas; e o depoimento do também réu e delator Hugo Pimenta, que apontou Norberto Mânica como o mandante do crime.
Hugo Pimenta, que depôs na condição de informante na quarta-feira (28), disse que presenciou a troca de ligações em que foi dada a ordem de matar as vítimas. Pimenta não falou quais foram os valores oferecidos aos três acusados de serem os assassinos. Mas contou que, posteriormente, Norberto ofereceu R$ 300 mil a Erinaldo para que ele assumisse o crime de latrocínio e R$ 200 mil para Rogério Alan, para ele “se virar”, como disse Pimenta em depoimento.
Durante a oitiva, Pimenta disse que preferia falar de Antério Mânica em outro momento. Segundo o advogado de Pimenta, Lúcio Adolfo, essa opção foi uma estratégia da defesa. Entretanto, em entrevista à imprensa, o defensor afirmou que “existem elementos, sim, que apontam para o Antério. Eles são mais frágeis do que os elementos que existem com relação ao Norberto”.
Perguntado sobre a situação de Antério, o advogado do réu, Marcelo Leonardo, disse que “se as pessoas foram justas e honestas, não o citam, porque ele não tem envolvimento neste caso”.
Já o defensor de Norberto, Alaôr de Almeida Castro, afirmou que o depoimento de Hugo Pimenta traz uma dificuldade maior para a defesa. Porém, o advogado não acredita que seu cliente vá ser condenado.
No interrogatório do réu Erinaldo Vasconcelos Silva, na quinta-feira (29), ele confessou ter atirado em três dos quatro funcionários do Ministério do Trabalho, mortos em 2004. Assim como Hugo Pimenta, Erinaldo apontou Norberto Mânica como o mandante dos assassinatos.
Erinaldo disse ainda que usou uma pistola. A perícia apontou três vítimas mortas pela arma. O réu afirmou também que, à época, recebeu entre R$ 40 mil e R$ 50 mil pelos assassinatos. Ainda segundo Erinaldo, o tiro que matou o auditor Nelson José da Silva foi disparado por um revólver, que teria sido usado por Rogério Alan, outro acusado.
As informações foram dadas depois que a defesa do réu pediu o benefício da delação premiada, instrumento jurídico que permite a redução da pena para quem colabora com o trabalho da Justiça.
Durante o depoimento, a viúva do auditor fiscal Erastóstenes Gonçalves deixou o auditório emocionada.
Antes da sessão desta sexta, o advogado de Erinaldo Silva, Antônio Oliveira Filho, informou que seu cliente fez um desabafo. “O que ele declarou, era o que eu esperava. Ele desabafou e mostrou aos jurados que ele vem contribuindo”, disse.
Fonte: G1
Após quatro dias, o primeiro julgamento da "Chacina de Unaí" terminou na noite desta sexta-feira (30) com os três réus condenados. Rogério Alan Rocha Rios pegou 94 anos de prisão; Erinaldo de Vasconcelos Silva, 76 anos e 20 dias; e William Gomes de Miranda, 56 anos. Inicialmente, o trio, que já estava preso, vai cumprir pena em regime fechado.
A juíza da 9ª Vara, Raquel Vasconcelos Alves de Lima, presidiu o júri, que foi realizado na Justiça Federal, em Belo Horizonte. O conselho de sentença foi formado por cinco mulheres e dois homens.
Os irmãos Antério e Norberto Mânica, fazendeiros na região de Unaí (MG), foram acusados de ser os mandantes das mortes dos auditores fiscais Nélson José da Silva, João Batista Soares Lage e Eratóstenes de Almeida Gonsalves, e do motorista do Ministério do Trabalho Aílton Pereira de Oliveira, em janeiro de 2004. Os servidores investigavam uma denúncia de trabalho escravo quando foram assassinados em uma emboscada.
Um dos acusados, Francisco Elder Pinheiro, que teria contratado os matadores, morreu no dia 7 de janeiro. Com isso, o processo passou a ter oito réus. No dia 17 de setembro, devem ir a júri os acusados de ser mandante e intermediários, respectivamente: Norberto Mânica, Hugo Alves Pimenta e José Alberto de Carvalho. O julgamento de Antério Mânica ainda não tem data marcada.
O julgamento
Entre as passagens mais marcantes nestes quatro dias de julgamento é possível destacar a confissão de Erinaldo, que afirmou ter matado três das quatro vítimas; e o depoimento do também réu e delator Hugo Pimenta, que apontou Norberto Mânica como o mandante do crime.
Hugo Pimenta, que depôs na condição de informante na quarta-feira (28), disse que presenciou a troca de ligações em que foi dada a ordem de matar as vítimas. Pimenta não falou quais foram os valores oferecidos aos três acusados de serem os assassinos. Mas contou que, posteriormente, Norberto ofereceu R$ 300 mil a Erinaldo para que ele assumisse o crime de latrocínio e R$ 200 mil para Rogério Alan, para ele “se virar”, como disse Pimenta em depoimento.
Durante a oitiva, Pimenta disse que preferia falar de Antério Mânica em outro momento. Segundo o advogado de Pimenta, Lúcio Adolfo, essa opção foi uma estratégia da defesa. Entretanto, em entrevista à imprensa, o defensor afirmou que “existem elementos, sim, que apontam para o Antério. Eles são mais frágeis do que os elementos que existem com relação ao Norberto”.
Perguntado sobre a situação de Antério, o advogado do réu, Marcelo Leonardo, disse que “se as pessoas foram justas e honestas, não o citam, porque ele não tem envolvimento neste caso”.
Já o defensor de Norberto, Alaôr de Almeida Castro, afirmou que o depoimento de Hugo Pimenta traz uma dificuldade maior para a defesa. Porém, o advogado não acredita que seu cliente vá ser condenado.
No interrogatório do réu Erinaldo Vasconcelos Silva, na quinta-feira (29), ele confessou ter atirado em três dos quatro funcionários do Ministério do Trabalho, mortos em 2004. Assim como Hugo Pimenta, Erinaldo apontou Norberto Mânica como o mandante dos assassinatos.
Erinaldo disse ainda que usou uma pistola. A perícia apontou três vítimas mortas pela arma. O réu afirmou também que, à época, recebeu entre R$ 40 mil e R$ 50 mil pelos assassinatos. Ainda segundo Erinaldo, o tiro que matou o auditor Nelson José da Silva foi disparado por um revólver, que teria sido usado por Rogério Alan, outro acusado.
As informações foram dadas depois que a defesa do réu pediu o benefício da delação premiada, instrumento jurídico que permite a redução da pena para quem colabora com o trabalho da Justiça.
Durante o depoimento, a viúva do auditor fiscal Erastóstenes Gonçalves deixou o auditório emocionada.
Antes da sessão desta sexta, o advogado de Erinaldo Silva, Antônio Oliveira Filho, informou que seu cliente fez um desabafo. “O que ele declarou, era o que eu esperava. Ele desabafou e mostrou aos jurados que ele vem contribuindo”, disse.
Fonte: G1
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