O médico Marcos Correia foi demitido do serviço de saúde do município na segunda- feira (7) por ter dito aos pacientes durante atendimento que o “Hospital não tinha remédio”. Essa foi à informação que o próprio médico disse a nossa reportagem nesta terça – feira (8) por telefone.
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Ainda de acordo com o texto da carta, Marcos se despediu e disse que vai embora contra a sua vontade, “Quero apresentar minhas despedidas e deixar claro que estou indo embora contra a minha vontade”, finalizou.
Para comentar sobre o assunto a reportagem tentou contato com a Secretária Municipal de Saúde Regina Justo na terça – feira, mas as ligações eram direcionadas para caixa postal e informava que estava fora de área. Resolvemos ir até o hospital na manhã desta quarta, e nos informaram que Regina estava fora da cidade buscando alguns medicamentos. Ainda pela manhã tentamos contato por telefone e fomos atendidos por ela.
Perguntada se doutor Marcos foi demitido por ter falado aos pacientes que no hospital não tinha remédios, Regina negou que teria sido por esse motivo e a demissão segundo ela aconteceu por falta de conduta do médico, e que ele não enquadrava mais na legislação do hospital.
Pedimos para que ela detalhasse o que seria essa falta de conduta do Marcos e ele não quis entrar em detalhes, segundo ela seria antiético e não queria prejudicar a imagem do profissional de saúde, que segundo ela respeita e não entende essa atitude dele. Ela nega também que a demissão teria partido por envolvimento de um vereador que é mais um boato que começou a circular na cidade.
Sobre a falta de remédios no hospital ela também negou, mas informou que na “farmácia básica” acontece sim de ficar um ou dois dias sem medicamentos porque a demanda não está suprindo as necessidades do município que ainda segundo ela, atende também pacientes de cidades vizinhas, “cada morador custa por ano R$ 1,88 que vem do ministério da saúde, valor esse que a gente tem que se desdobrar para que consiga todo medicamento básico, esse dinheiro é destinado pela quantidade de habitantes que tem no município, e o hospital junto com os PSFs está atendendo pacientes de outras cidades, inclusive chega nos postos van com pacientes de cidades vizinhas quando a doutora Ana está atendendo, porque faltam pediatras lá e ele buscam por atendimento aqui, e a gente não pode negar atendimento médico a ninguém, pois isso não é atitude de um profissional de saúde” relatou a secretária municipal de saúde.
Regina disse ainda que já tem enviado pedidos ao ministério da saúde para que aumentasse a demanda de medicamentos, mas até o momento não obteve sucesso e ainda segundo ela, o governo não libera porque as cidades vizinhas não fazem parte do município de Cabeceiras e não pode reajustar esse valor por habitante, pois aquelas cidades tem também esses recursos já destinados a eles.
O contrato do doutor Marcos venceria no dia 31 de Dezembro deste ano. O salário de um médico no município é entorno de 40 R$ mil reais.
Com a demissão do Marcos, Cabeceiras conta agora com três médicos, Vinícius, Ana (Pediatra) e Fabrícia. Segundo o secretário de finanças, Enival Ferreira, um outro médico será procurado para ocupar a vaga do profissional demitido. Ele não informou em quanto tempo esse novo médico será contratado.
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