Investigações iniciadas ainda na época da campanha de 2012 culminaram em um amplo esquema que causou a prisão de 12 prefeitos e seis secretários municipais em Goiás. A compra de medicamentos em 19 cidades foi fraudada e superfaturada durante este ano de 2013, período em que, segundo a Operação Tarja Preta, R$ 15 milhões foram gastos de forma criminosa.
Um cartel foi formado entre algumas empresas especializadas em medicamentos e os próprios empresários forjavam documentos relacionados aos processos licitatórios e os de urgência, em que havia dispensa de licitação para a compra dos produtos. O superfaturamento variava de 80% a 400% sobre o preço original dos remédios. Os recursos desviados eram destinados aos empresários e advogados da quadrilha e também para o pagamento de propinas a prefeitos, secretários e pregoeiros.
O procurador-geral de Justiça, Lauro Machado, afirma que a quadrilha organizou um cartel para a venda superfaturada de remédios. “O esquema era comandado por algumas empresas sediadas em Goiânia que praticamente lotearam o estado com simulações de licitações e falsas dispensas com a conivência de agentes públicos como prefeitos, secretários de saúde e pregoeiros entre outros,” revela.
De acordo com Lauro, o esquema começou ainda durante as campanhas eleitorais do ano passado, quando a empresa já injetou dinheiro em vários candidatos pelo interior do Estado. O compromisso era simples, essas empresas fariam o fornecimento de remédios para os municípios de forma exclusiva.
Ao todo, 37 mandados de prisão temporária foram cumpridos, além de 37 conduções coercitivas e 48 mandados de busca apreensão. Os doze prefeitos presos de forma temporária são: Sinomar José do Carmo (Aloândia), Aurélio Mauro Mendes (Aragarças), Fausto Brito Luciano (Araguapaz), Delson José Santos (Carmo do Rio Verde), Romário Vieira da Rocha (Corumbaíba), Roger Garcia Reis (Cromínia), Zilmar Florêncio Alcântara (Inaciolândia), Neldes Beraldo da Costa (Perolândia), Otair Teodoro Leite (Piranhas), Luiz Eduardo Pitaluga (Pires do Rio), Janduhy Diniz Vieira Filho (Rialma) e Gilmar Rodrigues do Prado (Uruana).
O promotor José Carlos Nery, coordenador do Centro de Segurança e Inteligência do Ministério Público, explica como ocorriam as fraudes nas licitações por parte das empresas. “As licitações eram forjadas em todos os processos. Como as empresas tinham influências sobre os prefeitos e as pessoas que eram responsáveis por esses processos dentro dos municípios, elas encarregavam de fazer o edital. Quando definiam alguns critérios as licitações praticamente restringiam a participação de empresas que não fossem do grupo delas,” detalha.
Os 12 prefeitos presos foram encaminhados para celas especiais do Núcleo de Custódia. A prisão temporária tem duração de cinco dias e o MP ainda analisa pedir a prorrogação da detenção.
Fonte: Portal 730
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