A Companhia Energética de Goiás (CELG) é a segunda pior distribuidora de energia no Brasil segundo ranking divulgado na semana passada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O índice de satisfação do consumidor, IASC, em relação a CELG, registra o menor porcentual em oito anos, de acordo com pesquisa divulgada pela Aneel. A distribuidora goiana alcançou 53,88 % no índice, enquanto a média nacional foi de 60,41%.
De acordo com o diretor da Aneel, José Jurhosa Júnior, o problema da CELG é falta de investimento do governo. “De fato, a CELG tem piorado, ao longo dos últimos quatro anos, muito a qualidade do fornecimento de energia. Fruto de problemas de investimento, problemas financeiros que a empresa está passando. Ela está em processo de federalização, que ainda não está concluído, junto com a Eletrobrás. E Eletrobrás está para assumir o controle, embora já esteja fazendo uma gestão compartilhada com o estado. Mas ainda não está fechado toda essa transferência. E essa questão de baixo investimento foi fazendo com que deteriorasse cada vez mais a qualidade do fornecimento aos consumidores."
Os problemas da distribuidora goiana se refletem em todos os setores da economia. Segundo a Federação das Indústrias do Estado de Goiás, FIEG, atualmente, a CELG não apresenta capacidade de atendimento a vários projetos industriais de implantação e expansão. De acordo com a FIEG, de 2005 a 2007 o número de estabelecimentos industriais em Goiás cresceu 61 por cento. Mas, depois desse período, e com o surgimento dos problemas da CELG, grandes indústrias deixaram de investir no estado. Isto é sentido nas pequenas cidades de Goiás, como revela o prefeito de Bom Jesus, Fernando Luiz.Esse déficit de energia e essa deficiência tem nos trazido grandes prejuízos. Hoje, nós temos que deixar de receber grandes empresas que poderiam estar gerando emprego e renda para Goiás, como um todo."
Em 2013 foram realizadas cerca de cinco milhões de compensações financeiras aos consumidores, devido a falta de continuidade dos serviços. O valor das devoluções aos clientes atingiu 35 milhões de reais, apenas até o mês de outubro. De acordo com a Aneel, os goianos podem esperar melhorias nos serviços a partir deste ano, pois, com a compra da empresa pela Eletrobrás mais investimentos vão ser realizados.
Aline Reis da "Agência do Rádio".
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