GOIÁS: Celg é a pior distribuidora de energia do Brasil, segundo Aneel

GOIÁS: Celg é a pior distribuidora de energia do Brasil, segundo Aneel


A Centrais Elétricas de Goiás, Celg, é considerada a pior distribuidora de energia do país, segundo ranking sobre qualidade de serviço, divulgado nesta semana pela Agência Nacional de energia Elétrica, Aneel. O levantamento feito com trinta e cinco distribuidoras brasileiras de grande porte analisou o desempenho das empresas em 2013.

A avaliação tem como base o indicador de desempenho global de continuidade, que analisa a frequência de interrupções e o número de horas que o consumidor fica sem energia elétrica. No ano passado, a Celg teve uma média de 26 interrupções de energia, número superior à meta estabelecida pela agência reguladora.

Devido às frequentes quedas de energia, a empresa teve de desembolsar cerca de 55 milhões de reais para ressarcir o consumidor, feito por meio de descontos na conta de luz. Essas sucessivas quedas de energia, atrapalham diariamente a vida dos goianos. A empresária Gracilene Valim, que tem uma fábrica de sorvetes e picolés em Goiânia, afirma que a falta de luz é sinal de prejuízo e perdas.

"Realmente, a energia oscila mesmo, não é só queda de energia, mas até aquela oscilação de energia faz com que algumas máquinas nossas venham a se danificar. A gente tem, inclusive, até no break. A gente tenta de outras formas solucionar esse problema, mas não conseguimos. Impressoras fiscais que queimam, picolés que às vezes derretem. Apesar de a gente pagar um preço alto pela energia, está uma falha muito grande da CELG aqui em Goiás."

No ranking de 2012, a Celg ficou como a segunda pior empresa, só ganhava da distribuidora do Pará. Em janeiro desse ano, a Celg bateu o recorde de apagões de 2013, ao alcançar um tempo médio de 40 horas de interrupções por consumidor goiano. De acordo com o diretor da Aneel, José Jurhosa Júnior, o problema da CELG é falta de investimento do governo estadual, que era o principal responsável nos últimos anos.

"De fato, a CELG tem piorado, ao longo dos últimos quatro anos, muito a qualidade do fornecimento de energia. Fruto de problemas de investimento, problemas financeiros que a empresa está passando. E essa questão de baixo investimento foi fazendo com que deteriorasse cada vez mais a qualidade do fornecimento aos consumidores."

Leonardo Lins assumiu a presidência da Celg em fevereiro de 2012, indicado pela Eletrobrás, e informou que a falta de investimento e o aumento da demanda são as razões dos problemas que a companhia enfrenta atualmente. O presidente da Celg afirma que com os investimentos realizados pela Eletrobrás a qualidade da energia em Goiás vai atingir a meta da Aneel em 2016.

"Daqui para frente a situação é de ir melhorando o atendimento, no sentido de ficar mais próximos, os indicadores nosso de qualidade, daquilo que somos exigido pela Aneel. Nós estamos defasados em relação a Aneel porque a Aneel continua nos exigindo que a gente dê uma qualidade, como se a empresa tivesse já com todos os investimentos feitos, o que não é possível do dia para a noite. A qualidade aqui em Goiás só vai poder ser bem atendida, de acordo com o que a população precisa atender e a Aneel exige, no ano de 2016."

Apesar do estado de Goiás ter repassado o controle da Celg para a Eletrobrás, ainda não foi concretizado o acordo. Segundo o presidente da Celg, até o mês de junho, a operação de transferência deve ser finalizada. De acordo com Leonardo Lins, depois que ele assumiu a gestão da companhia, foram investidos 176 milhões de reais, em 2013, e esse ano serão 450 milhões. Esses investimentos da Celg, sob administração do governo federal, vão reverter a situação da energia elétrica em Goiás.

Reportagem, Aline Reis / Agência do Rádio.

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