Entre a disputa dos peemedebistas na disputa da pré-candidatura ao governo de Goiás, Íris Rezende e Junior Friboi, melhor ficou para o segundo. O ex-prefeito de Goiânia Iris Rezende (PMDB) desistiu da pré-candidatura. As justificativas apresentadas foram porque Junior Friboi não aceitou ceder a cabeça de chapa e a resistência do candidato do PT Antônio Gomide em desistir de se candidatar ao Governo do Estado. Com isso, Iris preferiu desistir para evitar uma divisão no PMDB.
Iris também descartou disputar uma vaga ao Senado Federal. A carta de desistência do peemedebista foi divulgada horas depois durante reunião no Diretório Estadual do PMDB.
Veja a carta na íntegra:
“Carta ao PMDB e ao povo de Goiás”
Nos meus 56 anos de vida pública lutei e vivi intensamente o sonho de deixar como legado um país melhor para as futuras gerações. E tive a honra de participar da construção do maior partido político do Brasil livre e democrático, após o fim da ditadura militar, o PMDB.
Acredito até hoje, do fundo de minha alma, que política se faz com ideais, com respeito às pessoas e com verdadeiro amor às causas pelas quais vale a pena lutar.
Falo de combater a miséria em nosso Estado. Falo de melhorar a vida dos que têm menos e dependem do Poder Público até para conseguir uma casa. Falo de fazer com que essa casa tenha asfalto na porta e que a energia elétrica, a água e a rede de esgoto cheguem a todos. E falo também, com fervor ainda maior, da luta para que não faltem educação e saúde de qualidade para todos.
Para mim são causas que valem a dedicação de toda uma existência. Esta é minha luta, por onde passei: de líder estudantil à Câmara Municipal e prefeitura de Goiânia, de lá para a Assembleia Legislativa e o governo do Estado, aos ministérios da Agricultura e da Justiça e ao Senado Federal.
Nesse momento, contudo, vejo Goiás muito fragilizado. Nossa infraestrutura está comprometida. A população está assustada diante dos maiores índices de violência da nossa história. Ninguém sabe quem de fato controla a segurança pública em Goiás. E como se não bastasse, temos serviços públicos cada vez piores, especialmente na educação, saúde e distribuição de energia.
Por outro lado, vejo a oposição fragmentada e também fragilizada. Por isso, lancei minha pré-candidatura ao governo de Goiás. Senti que meu nome seria novamente o mais competitivo, com maior capacidade de aglutinar os anseios populares – basta ver a lembrança ao meu nome nas pesquisas eleitorais, mesmo sem que eu me movimentasse como pré-candidato – e de outros partidos de oposição numa disputa contra o atual governo estadual.
Atendi, inclusive, ao apelo do Partido dos Trabalhadores (PT), de que só manteria a aliança com o PMDB em Goiás se eu me dispusesse a ser candidato a governador.
Mas nunca pensei que veria o PMDB dividido internamente e lançado ao mercado de especulações pouco republicanas. Já participei de muitas disputas internas no partido, nacionais e em Goiás, ganhei e perdi, mas sempre foram embates leais, pautados por ideais. Não quero, contudo, que meu nome seja instrumento de cisão desse partido, que é resultado do sentimento de muitos goianos.
Desta forma, é com enorme pesar no coração que retiro minha pré-candidatura às eleições desse ano. Tomo essa decisão em respeito ao meu partido, à minha história e, sobretudo, em respeito ao povo goiano.
Sigo sempre em busca do bem maior para o Estado de Goiás e para o Brasil.
Iris Rezende Machado
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