(Foto: Ilustrativa) |
O debate para discutir sobre o assunto foi realizado na sede do sindicato. Estava programado para começar às 15h00, mas ocorreu atraso e foi inciando às 15h40. Preocupados com os prejuízos que irão ter com a instalação dessas linhas, os produtores fizeram várias perguntas aos representantes da concessionária que pouco puderam oferecer no sentido de mudanças do traçado da LT.
Um dos questionamentos dos produtores foi, por que a concessionária não elaborou o traçado da LT passando por Brasília, Reserva do Exército ou ainda por terrenos menos produtivos?
Marcelo Souto, Coordenador de Campo da Paranaíba |
Sobre a passagem da linha no Distrito Federal, Marcelo contou que "para a empresa seria melhor, pois iria gerar uma economia considerável, porém, foram feitos dois traçados, um pela Paranaíba e outro pela ANEEL ( Agência Nacional de Energia Elétrica) no qual a concessionária acabou escolhendo a da ANEEL. A parte que coube da Paranaíba foi mapear a região com fotos aéreas e chegar a um possível acordo com os produtores rurais no sentido de mudar a trajetória das linhas em 5 mil metros, que foi a flexibilidade que o governo liberou para realizar a mudança do traçado. O que já teria feito quando veio no município em julho de 2013".
Marcelo reiterou ainda que mudar a trajetória neste momento é impossível pois o projeto já foi revisado e mudado várias vezes para desviar de pivôs já instalados e futuros, e que o governo deu prazo de dezesseis meses para concessionária entregar o projeto e já estão no décimo quarto mês, ou seja, resta apenas dois meses para a entrega do projeto.
Produtores rurais de Cabeceiras e municípios vizinhos. |
Marcelo disse que a altura minima dos cabos com o solo é de 12 a 13 metros. Para segurar as torres são quatro esteios. Em resposta a pergunta de um produtor rural sobre a até que altura uma máquina agrícola pode passar abaixo dessas redes, Marcelo respondeu que no mínimo 6 metros, ou seja, na metade.
A resposta do representante da Paranaíba não agradou e preocupou os produtores que argumentaram que as modernas máquinas agrícolas de hoje, tem uma altura de 6 metros, a exemplo de uma colheitadeira que pode ainda ser superior a seis metros.
Airton Dall' Agnol, Coordenador Fundiário da Paranaíba |
Sobre o valor de indenização, os representantes da concessionária disseram que será discutido com cada produtor rural e não em grupos. Os prejuízos em relação a incêndios provocados por queda de uma fiação na produção é de responsabilidade da concessionária, assim também como outros acidentes que se forem comprovados que a rede provocou.
Após o longo debate os produtores se sentirão mais esclarecidos, porém não muito satisfeitos com o resultado. O Assessor Jurídico da Faeg (Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás), Augusto César destacou que a construção da linha pode ser travada a qualquer momento caso os produtores rurais entrem na justiça alegando falta de segurança. Os representantes da Paranaíba, sabendo que isso poderá ocorrer, se comprometeram a levar toda a situação debatida na reunião para ser analisada o mais rápido possível para atender as reivindicações dos produtores rurais.
Embora a LT passará por Cabeceiras, o município não será beneficiado, o que deixa os produtores rurais ainda mais insatisfeitos com a instalação delas. Hoje os produtores enfrentam dificuldades para instalar pivôs em sua propriedade por falta de energia, a CELG (Companhia Elétrica de Goiás) passa por momento crítico, é bastante criticada pelos políticos da oposição ao governo e já decretaram falência da companhia que recentemente foi comprada pela Eletrobras, mas que hoje o acordo entre ambas está confuso. A CELG possui uma dívida bilionária. Recentemente a distribuidora foi classificada pela ANEEL como a pior distribuidora de energia do país.
Ao final do debate, o presidente do sindicato rural, Arno Bruno Weis falou com a Interativa FM e demonstrou não ter ficado satisfeito com os esclarecimentos da empresa e que ainda há muita coisa a ser esclarecida, ressaltou também que os acordos não serão fáceis.
"Realmente é uma pequena progressão, mas ainda tem muita coisa pela frente, acordo não vai ser fácil", disse Weis que ainda questiona a construção da LT em terreno produtivo ao invés de instalá-las em locais que não afetaria a produção. "Evitaram passar... na demonstração deles, em terras não produtivas, para passar justamente em cima dos agricultores, parece que o agricultor, o produtor não tem valor aqui pra nossa região".
O presidente reconhece que a LT é muito importante para o país, mas espera que a empresa amenize os prejuízos. "É uma linha que é muito importante para a nossa nação, sabemos disso, realmente nós não podíamos impedir, mas do jeito que está vindo, tem muita controvérsia nas explicação desses técnicos, eles infelizmente são apenas os técnicos e não podem resolver pela firma, e provavelmente em questão de duas semanas vamos ter uma nova posição para ver o que a gente vai poder fazer, mas acredito que vai ser no jurídico". finalizou Arno Bruno Weis.
Uma nova reunião deverá ser marcada após resposta da concessionária sobre os assuntos discutidos nesta quinta.
Arno Bruno entregando a cópia da ata da reunião e outras cobranças aos representantes da Paranaíba Transmissora de Energia S.A. |
Sobre a Linha de Transmissão
A LT de 500 kV (quilovolt) sairá da Subestação (SE) de Barreiras (BA), até a SE de Rio das Éguas em Correntina (BA), SE de Luziânia (GO) até a SE de Pirapora (MG) e cortará 19 municípios, 9 só em Goiás (Veja no mapa abaixo).
Segundo a Paranaíba Transmissora de Energia S. A, o lote é composto por três linhas de transmissão em 500 kV, que devem promover um reforço estrutural que permitirá o aumento da exportação de energia das regiões Norte e Nordeste para o Sudeste com a entrada em operação da Usina Belo Monte.
(Foto: Divulgação) |
- LT Barreiras II – Rio das Éguas (244 km de extensão)
Bahia: municípios de Barreiras, São Desidério, Correntina.
- LT Rio das Éguas – Luziânia (373 km)
Bahia: Jaborandi, Correntina. Minas Gerais: Unaí, Cabeceira Grande. Goiás: Luziânia, Cristalina, Cabeceiras, Formosa, ila Boa, Flores de Goiás, Alvorada do Norte, Simolândia, Posse, Guarani de Goiás.
- LT Luziânia – Pirapora 2 (350 km) Goiás: Luziânia, Cristalina. Minas Gerais: Unaí, Dom Bosco, Brasilândia de Minas, Buritizeiro, Pirapora, João Pinheiro.
Fazendas do município de Cabeceiras onde passará a LT.
Fazenda Agroparaná
Fazenda Buriti Cumprido
Fazenda Bolivia II
Fazenda Três irmãos
Fazenda Sucuriu
Fazenda Laguna
Fazenda Fartura
Fazenda Tio Otto
Fazensa Bianco
Fazenda Tropical
Fazenda Rotta
Fazenda dos Ampessan
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