BRASIL: Quase 3 mil pessoas defendem a vaquejada em Brasília

BRASIL: Quase 3 mil pessoas defendem a vaquejada em Brasília

(Foto: Elielton Lopes/G1)
Vaqueiros e trabalhadores de vaquejadas ocuparam a Esplanada dos Ministérios, na área central de Brasília, nesta terça-feira (25) para protestar contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que tornou inconstitucional a prática do esporte no país. De acordo com a Polícia Militar, 3 mil pessoas, com 410 caminhões, 1,2 mil cavalos, 53 ônibus e 114 carros participaram do ato.

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A vaquejada é uma tradição cultural nordestina na qual um boi é solto em uma pista e dois vaqueiros montados a cavalo tentam derrubá-lo dentro de uma área estabelecida e marcada por cal. Segundo as regras do esporte, a derrubada só é considerada válida se o boi cair, ficar com as quatro patas para cima e se estiver na área delimitada. Dependendo do local da queda, pontos são somados ou não a dupla. De acordo com os manifestantes, 700 mil pessoas são afetadas direta e indiretamente pela proibição do STF.
(Foto: Elielton Lopes/G1)
Em nota, a Associação Brasileira dos Vaqueiros (Abvaq), que organizou a mobilização, disse que o governo deve tomar medidas para garantir a continuidade da vaquejada enquanto esporte e manifestação cultural, em vez de proibir sem discussão. A associação afirma que em primeiro lugar está o bem-estar dos animais. O ato reúne manifestantes de todos as regiões do Brasil.

Cabeceirenses participam da manifestação
Um grupo de vaqueiros, trabalhadores rurais, além do vereador Dijalma Paraíba (PSC), que é proprietário de uma pista de vaquejada na cidade também participa da manifestação que ocorre em Brasília nesta terça - feira. O grupo saiu da cidade por volta de 04h00 e pretendem retornar somente após o encerramento do ato na Capital Federal, segundo informou por telefone à rádio Interativa FM na manhã de hoje o vereador Dijalma.

A vaquejada se tornou um dos esportes que mais movimenta a cidade nos últimos anos, chegando a igualar com o futebol, paixão da maioria da população.

Vereador Dijalma (segundo da direita) (Foto: Arquivo pessoal / Mauro Parafuso)
O vereador Dijalma ressaltou em entrevista a Interativa FM na segunda - feira (24) que, atualmente foram feitas muitas mudanças nas regras da vaquejada para isentar os animais de sofrimentos, como equipamentos que possam machucá-los, esporas, chicotes e outros é expressamente proibido na sua pista de vaquejada, além de outras regras.

"Anteriormente a vaquejada não tinha normas, o vaqueiro chegava com esporas, luvas de até 15 centímetros e hoje já é proibido. Hoje também só corremos com uma pista de vaquejada por lei, se ela tiver na faixa no mínimo com 50 centímetros de areia que é onde o boi cai para amortecer a queda e não machucar o boi. Mudou muito a regra hoje. Muita gente depende da vaquejada, os cavalos e bois são muito bem tratados e preparados para vaquejada. Queremos que a vaquejada seja regularizada, não pode acabar", disse o vereador Dijalma Paraíba.

(Foto: Arquivo Pessoal / Dijalma Paraíba)

Programação prevista para essa tarde:

17h – Concentração em frente ao Congresso Nacional para Cavalgada “Vaquejada Legal”
18h – Ave Maria interpretada por artistas em homenagem aos vaqueiros e cavaleiros
19h – Manifestação com a apresentação de artistas que apoiam a Vaquejada Legal
21h – Encerramento

Relembre o caso
No dia 6 de outubro, o plenário do Supremo Tribunal Federal foi favorável à Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4983, ajuizada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra a Lei 15.299/2013, do estado do Ceará, que regulamenta a vaquejada como prática desportiva e cultural no estado. A maioria dos ministros acompanhou o voto do relator, ministro Marco Aurélio, que considerou haver “crueldade intrínseca” aplicada aos animais na vaquejada.

O ministro Edson Fachin, no entanto, divergiu do relator e votou pela improcedência da ação, justificando que a vaquejada consiste em manifestação cultural. O mesmo entendimento foi reconhecido pela própria Procuradoria Geral da República na petição inicial e seguido, também naquela sessão, pelo ministro Gilmar Mendes. Também votaram contra, no dia 2 de junho, os ministros Teori Zavascki e Luiz Fux, que seguiram a divergência, no sentido da validade da lei estadual.


Com informações do G1 e Canal Rural

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