(Foto: Divulgação) |
O governador Marconi Perillo (PSDB) recebeu R$ 8 milhões da empreiteira Odebrecht em caixa dois para as suas campanhas ao Governo do Estado de 2010 e 2014, segundo a delação homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com o documento, o objetivo da empresa era receber de Perillo, em caso de vitória, o favorecimento do grupo "na área de saneamento básico”.
Segundo o G1/Goiás, os depoimentos contra o governador são de quatro ex-executivos da Odebrecht: Alexandre José Lopes Barradas, Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis, João Antônio Pacífico Ferreira e Ricardo Roth Ferraz. Segundo eles, os valores doados não foram declarados na prestação de contas oficial do tucano, enviada à Justiça Eleitoral.
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Por ordem de Fachin, os episódios que envolvem Perillo foram enviados ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), foro competente para julgar os chefes dos Executivos estaduais. Agora, caberá ao STJ analisar o pedido e autorizar o início das diligências solicitadas pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Ainda conforme o G1/Goiás, a assessoria de imprensa de Marconi Perillo destacou em uma nota que “O governador só irá se manifestar após conhecimento integral do teor das declarações apresentadas. O governador reitera que acredita na Justiça e que irá esclarecer qualquer eventual questionamento, mesmo porque, até o presente momento, não há qualquer inquérito autorizado pelo Poder Judiciário em tramitação no STJ, sendo impossível uma manifestação acerca de citação sem a devida contextualização".
Por fim, a nota ressalta que o governador “nunca pediu ou autorizou que solicitassem em seu nome qualquer contribuição de campanha que não fosse oficial e rigorosamente de acordo com a legislação eleitoral”.
Citações
Além de Perillo, outros 11 governadores, 24 senadores, 37 deputados, oito ministros e cinco ex-presidentes aparecem entre os citados pelos executivos da Odebrecht na maior delação da história do país. Confira a lista com todos os nomes.
Entre os sete goianos citados, Fachin autorizou a Procuradoria Geral da República (PGR) a investigar o deputado federal Daniel Vilela (PMDB) e o pai dele, Maguito Vilela (PMDB), que é ex-senador, ex-governador e ex-prefeito de Aparecida de Goiânia. Eles são suspeitos de receber dinheiro de campanha via caixa dois.
Em nota conjunta, Maguito e Daniel negaram as acusações. "As campanhas de Maguito Vilela, em 2012, e de Daniel Vilela, em 2014, foram feitas inteiramente com recursos contabilizados conforme determina o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e aprovadas pela referida Corte. As prestações de contas estão disponíveis no site do TSE. Maguito e Daniel afirmam que nunca estiveram, nunca falaram, e sequer conhecem os delatores. Ambos refutam qualquer acusação”, destacou o texto.
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Os outros citados, cujas condutas ainda serão apuradas, são o ex-senador Demóstenes Torres, o prefeito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB), o ex-prefeito de Trindade Ricardo Fortunato e o ex-deputado federal Sandro Mabel, todos suspeitos do recebimento de caixa dois em campanha.
Em nota, a defesa de Demóstenes Torres destacou que o ex-senador “desconhece o teor das delações, mas pode afirmar que, independente do seu conteúdo, nunca recebeu qualquer doação sem a devida declaração eleitoral, lembrando que sua prestação de contas eleitoral foi aprovada integralmente. Está pronto para mais uma vez mostrar que sempre agiu dentro da legalidade e em respeito a seus eleitores".
Já Iris Rezende destacou que a citação do seu nome “causa estranheza”. “Todos os recursos das minhas campanhas eleitorais foram apresentados ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e devidamente aprovados. Expresso minha total tranquilidade sobre o assunto e coloco-me à disposição para colaborar com qualquer investigação", disse.
Em nota, Fortunato disse que "ficou surpreso, mas expressa tranquilidade sobre a citação do nome dele na lista e vai aguardar o teor da citação para se pronunciar. Mas de ante mão, ressalta que nunca recebeu doação sem declarar ao TRE que a prestação de contas eleitoral foi aprovada integralmente pelo tribunal e diante disso tem a certeza do arquivamento".
De acordo com o G1/Goiás, a reportagem tenta contato com Sandro Mabel desde terça-feira (11), mas as ligações não foram atendidas. Ao jornal "O Popular", o ex-deputado federal disse que "não viu seu nome na lista do Fachin, até porque não teria que estar".
Também serão alvo de investigação a licitação da ferrovia de integração Oeste-Leste e as obras do novo Aeroporto de Goiânia. Os casos foram remetidos à Justiça Federal em Goiás.
Fonte:G1/Goiás
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