Ele teria emitido boletos com o CNPJ da própria empresa no lugar de guias de pagamento aos cofres públicos.
Um funcionário da Câmara dos Deputados é acusado de aplicar um golpe nos parlamentares para ficar com o dinheiro que ia para aposentadoria deles. Leandro Cezar Vicentim era chefe do setor que analisa o tempo de contribuição dos deputados. Ele foi afastado por 60 dias e agora a Câmara vai passar o pente fino nas aposentadorias autorizadas por ele. A informação é da rádio CBN.
De acordo com a rádio, a mãe e o irmão de Leandro também estão na mira da investigação por estelionato.
O esquema
Segundo a reportagem, o que esquema criminoso contra os parlamentares funcionava assim: No lugar de uma guia de recolhimento da União (GRU), o funcionário é suspeito de entregar aos deputados, boletos com o CNPJ da empresa dele. Os valores pagos pelos parlamentares caiam na conta do servidor, e não da Câmara.
A ação foi descoberta no fim do ano passado quando Leandro estava de férias e foi substituído por outro funcionário. Esse funcionário abriu uma correspondência de trabalho e encontrou o boleto falso.
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Na volta das suas férias, Leandro foi questionado pelos colegas. A partir daí, os funcionários dizem que começaram a ser ameaçados.
Imagens das câmeras de segurança da Câmara mostram Leandro conversando com os outros funcionários em tom nada amistoso. A denúncia partiu do substituto dele, depois que foi parado pela polícia com drogas e uma balança de precisão dentro carro que ele afirma terem sido colocadas por alguém para incriminá-lo.
O Ministério Público Federal (MPF) a Polícia Federal (PF) e a Polícia Legislativa estão no caso e descobriram até agora que Leandro abriu um escritório de contabilidade chamado PSSC, mesma sigla do nome: Plano de Seguridade Social dos Congressistas - que é o programa oficial de aposentadorias dos deputados.
A próxima etapa da investigação, segundo a CBN, será a quebra dos sigilos dele e dos familiares. Não se sabe ainda o valor exato desviado, mas a suspeita é de que sejam pelo menos R$ 4 milhões.
A reportagem da rádio foi até o departamento onde Leandro trabalhava na Câmara, mas os funcionários evitaram falar do assunto. O diretor da seguridade parlamentar Nilson Matias, ex-chefe de Leandro, enviou um e-mail a todos os deputados da casa avisando que qualquer assunto sobre aposentadoria não deve mais ser tratado com ele.
'Ele ocupava um cargo de chefe de sessão. É sigiloso, inquérito policial, procure a imprensa, eu estou trabalhando...', comentou.
Até aqui, os parlamentares são considerados vítimas.
Para um deputado se aposentar, são necessários 35 anos de contribuição à Previdência. Como nem todos exercem o mandato há tanto tempo, eles somam o período em que trabalharam em outras funções públicas ou privadas pra conseguir atingir os anos necessários. Mesmo assim, muitos decidem pagar um valor a mais, para garantir uma aposentadoria maior.
Esta complementação é legal e chamada de "averbação do tempo de contribuição". Era justamente este valor a mais que o funcionário estaria desviando.
Além de ficar proibido de entrar na Câmara, Leandro Vicentim teve o ponto bloqueado, não pode acessar computadores, nem o sistema da casa. Ele é servidor concursado há cinco anos. Até o início deste mês, comandava a seção de averbação e instrução dos processos de aposentadoria, com salário líquido de R$ 20 mil.
O diretor geral da Câmara, Lúcio Henrique Xavier, disse que vai revisar as aposentadorias dos deputados.
Procurado pela reportagem, Leandro Vicentim não retornou os contatos. No perfil na internet, ele bloqueou o acesso a informações pessoais mais detalhadas.
*Com informações da CBN
(Foto: Reprodução)
Um funcionário da Câmara dos Deputados é acusado de aplicar um golpe nos parlamentares para ficar com o dinheiro que ia para aposentadoria deles. Leandro Cezar Vicentim era chefe do setor que analisa o tempo de contribuição dos deputados. Ele foi afastado por 60 dias e agora a Câmara vai passar o pente fino nas aposentadorias autorizadas por ele. A informação é da rádio CBN.
De acordo com a rádio, a mãe e o irmão de Leandro também estão na mira da investigação por estelionato.
O esquema
Segundo a reportagem, o que esquema criminoso contra os parlamentares funcionava assim: No lugar de uma guia de recolhimento da União (GRU), o funcionário é suspeito de entregar aos deputados, boletos com o CNPJ da empresa dele. Os valores pagos pelos parlamentares caiam na conta do servidor, e não da Câmara.
A ação foi descoberta no fim do ano passado quando Leandro estava de férias e foi substituído por outro funcionário. Esse funcionário abriu uma correspondência de trabalho e encontrou o boleto falso.
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Na volta das suas férias, Leandro foi questionado pelos colegas. A partir daí, os funcionários dizem que começaram a ser ameaçados.
Imagens das câmeras de segurança da Câmara mostram Leandro conversando com os outros funcionários em tom nada amistoso. A denúncia partiu do substituto dele, depois que foi parado pela polícia com drogas e uma balança de precisão dentro carro que ele afirma terem sido colocadas por alguém para incriminá-lo.
O Ministério Público Federal (MPF) a Polícia Federal (PF) e a Polícia Legislativa estão no caso e descobriram até agora que Leandro abriu um escritório de contabilidade chamado PSSC, mesma sigla do nome: Plano de Seguridade Social dos Congressistas - que é o programa oficial de aposentadorias dos deputados.
A próxima etapa da investigação, segundo a CBN, será a quebra dos sigilos dele e dos familiares. Não se sabe ainda o valor exato desviado, mas a suspeita é de que sejam pelo menos R$ 4 milhões.
A reportagem da rádio foi até o departamento onde Leandro trabalhava na Câmara, mas os funcionários evitaram falar do assunto. O diretor da seguridade parlamentar Nilson Matias, ex-chefe de Leandro, enviou um e-mail a todos os deputados da casa avisando que qualquer assunto sobre aposentadoria não deve mais ser tratado com ele.
'Ele ocupava um cargo de chefe de sessão. É sigiloso, inquérito policial, procure a imprensa, eu estou trabalhando...', comentou.
Até aqui, os parlamentares são considerados vítimas.
Para um deputado se aposentar, são necessários 35 anos de contribuição à Previdência. Como nem todos exercem o mandato há tanto tempo, eles somam o período em que trabalharam em outras funções públicas ou privadas pra conseguir atingir os anos necessários. Mesmo assim, muitos decidem pagar um valor a mais, para garantir uma aposentadoria maior.
Esta complementação é legal e chamada de "averbação do tempo de contribuição". Era justamente este valor a mais que o funcionário estaria desviando.
Além de ficar proibido de entrar na Câmara, Leandro Vicentim teve o ponto bloqueado, não pode acessar computadores, nem o sistema da casa. Ele é servidor concursado há cinco anos. Até o início deste mês, comandava a seção de averbação e instrução dos processos de aposentadoria, com salário líquido de R$ 20 mil.
O diretor geral da Câmara, Lúcio Henrique Xavier, disse que vai revisar as aposentadorias dos deputados.
Procurado pela reportagem, Leandro Vicentim não retornou os contatos. No perfil na internet, ele bloqueou o acesso a informações pessoais mais detalhadas.
*Com informações da CBN
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