Acusados de atropelar cabo da PM na GO-346 vão a júri popular

Acusados de atropelar cabo da PM na GO-346 vão a júri popular

Cabo Luciano da Polícia Militar de Goiás

Os dois réus acusados de matar o cabo da Polícia Militar de Goiás (PMGO), Luciano Alves Rabelo, de 35 anos, irão enfrentar o júri popular em novembro desse ano. O crime aconteceu em setembro de 2012, época de eleições municipais. O militar, que atuava em Formosa (GO), estava em serviço quando foi atingido por um veículo em alta velocidade. O motorista, segundo as investigações, participava de um racha na GO-346 (Relembre).

Em 2023, o Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) determinou que ambos fossem levados a júri popular, mas a defesa conseguiu anular a decisão em segunda instância. No entanto, após recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ), o júri foi restabelecido.

O atropelamento

Segundo o processo, era por volta das 18h do dia 29 de setembro de 2012 quando os autores Quirino Ferreira Neto e Dhiego Bruno de Jesus decidiram seguir em seus carros para o Povoado de Lagoa. Quase no mesmo horário, uma viatura do Grupo de Patrulhamento Tático (GPT) da PMGO foi deslocada de Formosa para Cabeceiras para reforçar o policiamento devido aos eventos políticos ocorrendo naquele dia.

Ao receberem informações sobre o aumento do fluxo de veículos em direção ao povoado, os policiais se posicionaram no km 42 da GO-346 e localizaram um veículo suspeito parado à margem da rodovia. O cabo Luciano desceu da viatura para realizar a abordagem, mas, ao cruzar a pista, foi atropelado por Quirino, que o arremessou a uma distância de 100 metros. Logo em seguida, Dhiego, que também dirigia em alta velocidade, passou pelo local. Nenhum dos motoristas prestou socorro.

Após o atropelamento, Quirino seguiu para um local isolado, onde abandonou o carro. Já Dhiego foi ao Hospital Municipal de Cabeceiras (HMC) em busca de informações sobre o estado de saúde do policial. O veículo de Quirino foi encontrado mais tarde em frente à casa de seu irmão, próximo à entrada do Povoado Lagoa, onde também estava o tio de Dhiego, que na época era vereador da cidade.

Ao chegar à residência, a polícia observou o proprietário retirando vários itens do carro, incluindo documentos e um cheque de Quirino. O veículo já estava descaracterizado, com as rodas esportivas e o som removidos. Latas de cerveja também foram retiradas do carro, em uma tentativa de ocultar provas.

Registros telefônicos indicam que os acusados se comunicaram pelo menos 11 vezes nas horas seguintes ao acidente. As ligações também mostram que ambos estavam próximos da GO-346 no momento do atropelamento.

Quirino fugiu do flagrante e só se entregou três dias depois, com o apoio do pai, na Delegacia de Formosa.

Versões da defesa

Durante o processo, Quirino admitiu ter atropelado o cabo Luciano, mas alegou acreditar que havia atingido um motociclista, já que teria sido ofuscado pelos faróis da moto. Ele afirmou não ter parado por medo da polícia e que não percebeu em momento algum que se tratava de um policial militar, pois, segundo ele, a viatura estaria com as luzes e sirenes desligadas.

Dhiego, por outro lado, negou participação no racha, argumentando que o carro de Quirino, uma Parati antiga, não teria condições de competir com seu Golf, que era mais potente. Ele ainda justificou sua ida ao hospital por mera curiosidade, algo que, segundo ele, seria comum entre os moradores em casos de acidentes. Quanto às ligações entre os dois, Dhiego alegou que elas ocorreram devido a falhas no sinal de telefonia da região e que Quirino o teria procurado por ele ser mecânico e já ter feito reparos no carro envolvido.

Luciano deixou uma esposa, dois filhos – um menino e uma menina, à época com 7 e 2 anos, respectivamente–, familiares e diversos amigos na cidade de Formosa, onde viveu por mais de 10 anos.


Com informações do Metrópoles Jornal Opção


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