Ferrovia que passará por Cabeceiras tem autorização da ANTT para desapropriação de imóveis

Ferrovia que passará por Cabeceiras tem autorização da ANTT para desapropriação de imóveis

Mapa da ferrovia que cortará por Cabeceiras-GO


Na quarta-feira (4), a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) autorizou a desapropriação de imóveis necessários para a construção da Estrada de Ferro JK, que promete conectar Barra de São Francisco, no Espírito Santo, à capital federal, Brasília (veja no final do documento). A ferrovia, que atravessará cerca 32 municípios – sendo a maioria em Minas Gerais e dois em Goiás (Cabeceiras e Formosa) – faz parte de um projeto, segundo a Petrocity Ferrovias, empresa responsável pelo projeto, visa melhorar a infraestrutura de transporte do país.

Com essa decisão, a Petrocity Ferrovias poderá avançar no planejamento e na execução dos 1.188 quilômetros previstos no anteprojeto de engenharia. O documento publicado pela ANTT indica que as áreas destinadas à ferrovia e as poligonais definidas como de utilidade pública foram determinadas com base em estudos prévios realizados pela empresa e pelos órgãos competentes.

O que muda com a autorização?

A declaração de utilidade pública é um passo crucial, mas não isenta a Petrocity Ferrovias das obrigações legais, como a obtenção de licenças ambientais e a interação com órgãos reguladores. Ainda assim, a medida é vista como um importante avanço para acelerar o cronograma da construção, permitindo que a obra, que visa reforçar o transporte ferroviário no Brasil, seja concretizada de maneira mais célere.

A Estrada de Ferro JK faz parte de uma iniciativa mais ampla de modernização do setor ferroviário no país. Desde 2021, o programa Pró-Trilhos tem possibilitado que empresas privadas solicitem licenças para operar ferrovias de maneira independente, sem a necessidade de concessões públicas. Até agosto de 2024, 24 empresas haviam sido autorizadas a construir 45 ferrovias em diversas regiões do Brasil.

Concessão vs. Autorização: Diferenças Importantes

Vale destacar que existem diferenças significativas entre os modelos de concessão e autorização. Nas concessões, as ferrovias permanecem sendo de propriedade pública, mas são cedidas temporariamente a empresas por meio de leilões. Já no modelo de autorização, como no caso da Estrada de Ferro JK, a ferrovia será de propriedade privada, com licenças que podem ter duração de até 99 anos, sem a necessidade de leilão ou direito de passagem.

Polêmicas e desafios

A gestão atual considera que o Pró-Trilhos, lançado durante o governo Bolsonaro, precisa de ajustes para garantir maior segurança jurídica e eficiência. O ministro dos Transportes, Renan Filho, chegou a classificar algumas das iniciativas do programa como “ferrovias de papel”. O governo Lula busca regulamentar melhor os critérios para garantir que novos projetos similares sejam viáveis e bem-sucedidos.

O impacto da Estrada de Ferro JK

Quando concluída, a Estrada de Ferro JK tem o potencial de transformar o transporte de cargas e passageiros entre o Espírito Santo e o Distrito Federal. Além de conectar regiões estratégicas, a ferrovia promete aliviar o tráfego nas rodovias e contribuir para um modelo logístico mais sustentável e eficiente no país.

Com a autorização da ANTT, a construção da ferrovia começa a tomar forma, e a promessa de uma nova era para o transporte ferroviário brasileiro parece estar cada vez mais próxima.

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